[vc_row][vc_column][vc_column_text]Canabinoides E Efeitos Neuroprotetores Em Doenças Neurodegenerativas. Bem, pode parecer-te um texto fora de escopo em meu blog. No entanto, o HIV tem este potencial alto de provocar neurodegeneração. Experimentei na pele, e nos nervos, este potencial. As dores que eu vivenciei puseram-me próximo à loucura e mesmo à ideação suicida. Soube, por muitos anos, do potencial dos canabinoides em aliviar estas dores e, sim, dos potenciais de neuroproteção destes canabinoides. Grande foi a cruzada para encontrar uma alma que me receitasse estas medicações.
Comecei a tomar estes cabinoides, em forma de óleo de canabidiol, em setembro de 2021.
E já não era sem tempo. Entendo que a falta de informação foi uma das causas de minha dificuldade em obter a receita e determinei-me a ampliar meu blog, mesmo que isso signifique diversificar os temas e “as doenças” aqui tratadas no afã de melhorar a oferta de informação séria, com boa qualidade. Não gostaria de saber de uma só pessoa passando por uma parte “pequena” das coisas que enfrentei e trabalharei dentro dos limites que minha saúde e idade permitem no mister de oferecer informação.
Como procurou-me uma pessoa com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) e dei por mim com pouca informação sai à pesquisa e este é um primeiro texto sobre o tema, desenvolvido, neste texto, por Carlos Suero-García, Lucia Martín-Banderas y Ma Ángeles Holgado.
Boa Leitura.
Objetivos do estudo Canabinoides E Efeitos Neuroprotetores Em Doenças Neurodegenerativas:
Analisa-se a situação atual das pesquisas relacionadas às substâncias canabinóides, bem como sua interação com o organismo, classificação, efeitos terapêuticos e seu uso em doenças neurodegenerativas.
Métodos: É realizada uma exaustiva revisão bibliográfica relacionada às substâncias canabinóides e seus derivados sintéticos, com especial ênfase na forma como interagem com o organismo e os efeitos causados por tais interações. Especificamente, serão estudados seus efeitos neuro-anti-inflamatórios e analgésicos, o que leva ao efeito neuroprotetor em doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson, Huntington, esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica.
Resultados: Há milhares de anos, a planta Cannabis Sativa é utilizada por diversas culturas para diversos fins, lazer, têxtil, analgésico, mas foi somente no final do século XX que os estudos científicos relacionados a ela começaram a ser incentivados.
A planta possui uma mistura de cerca de 400 componentes, dos quais 60 pertencem ao grupo dos canabinóides, sendo os principais canabinol, canabidiol e tetraidrocanabinol.
Com a descoberta das substâncias canabinóides, seus derivados e os receptores que interagem, ampliam-se as possibilidades terapêuticas, com especial interesse no efeito neuroprotetor que essas substâncias contêm.
Conclusões. Tem sido demonstrado o grande potencial dos canabinóides como substâncias terapêuticas para além do seu uso analgésico ou antiemético, ou seja, em doenças neurodegenerativas em que podem não só reduzir os sintomas, como também retardar o processo da doença. Outra possível aplicação pode ser no campo da oncologia, sendo a atividade de pesquisa desenvolvida nos últimos 15 anos particularmente intensa.
Objetivos: No estudo Canabinoides E Efeitos Neuroprotetores Em Doenças Neurodegenerativas…
…analisamos a situação atual das investigações relacionadas às substâncias canabinóides, bem como sua interação com o organismo, classificação, efeitos terapêuticos e seu uso em doenças neurodegenerativas. Este estudo baseia-se na revisão de vários artigos científicos diretamente relacionados com a substância canabinoide e seus derivados sintéticos, com especial atenção à forma como o organismo interage e os efeitos que as substâncias nele provocam. Especificamente, o estudo aprofundará os efeitos neuro-anti-inflamatórios e analgésicos dessas substâncias, relacionados com o efeito neuroprotetor em doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla e Esclerose Lateral Amiotrófica.
Há milhares de anos, a Cannabis Sativa vem sendo utilizada por múltiplas culturas com diferentes finalidades como alegria, têxtil, analgésico, etc. Mas não é até o final do século XX que são incentivados diversos estudos científicos relacionados à Cannabis. A planta tem 400 componentes, 60 deles pertencem ao grupo dos canabinóides. Os principais são canabinol, canabidiol e tetraidrocanabinol. Com a descoberta das substâncias canabinóides, seus derivados e os receptores que com elas interagem, aumentam as possibilidades terapêuticas e ressaltam o efeito neuroprotetor que essas substâncias contêm.
Ao terminar o estudo sobre Canabinoides E Efeitos Neuroprotetores Em Doenças Neurodegenerativas…
…Demonstrou-se o enorme potencial dos canabinóides como substâncias terapêuticas para além das suas utilizações analgésicas e antieméticas, ou seja, doenças neurodegenerativas em que podem não só diminuir os seus sintomas como travar o processo da doença. Outra possível aplicação poderia ser na área oncológica, sendo particularmente intensa a atividade de investigação desenvolvida nos últimos 15 anos. A planta Cannabis Sativa, também conhecida como cânhamo indiano, é utilizada há mais de 8.000 anos, expandindo seu uso em todo o mundo. Essa difusão foi causada por seus usos analgésicos, anestésicos, recreativos e até mesmo têxteis1.
É uma planta herbácea, cujo interesse farmacológico reside nos canabinóides, presentes nos topos floridos e na resina das plantas. A planta possui uma mistura de cerca de 400 componentes, dos quais 60 pertencem ao grupo dos canabinóides. Os principais são o canabinol (CBN), o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), sendo este último aquele ao qual são atribuídas propriedades psicoativas2.
O objetivo deste trabalho é analisar a situação atual das pesquisas relacionadas às substâncias canabinóides, bem como sua interação com o organismo, classificação, efeitos terapêuticos e seu uso em doenças neurodegenerativas.
Material e métodos
Para realizar este trabalho, inicialmente, foi realizado um estudo dos tratados clássicos sobre o assunto, completando-o com uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Pubmed, Scopus, Fama da Universidade de Sevilha e Science Direct. Esta última informação obtida foi filtrada tendo em conta sobretudo duas características fundamentais: estudos publicados nos últimos cinco anos e estudos em que as palavras-chave apareciam no título e/ou resumo. Foram considerados válidos todos aqueles artigos que, após leitura cuidadosa, atenderam ao propósito geral deste trabalho.
Embora o conhecimento sobre a cannabis seja difundido em todo o mundo, este artigo se aprofundará nos seguintes pontos: (i) interação no organismo, (ii) classificação dos canabinóides e (iii) descrição dos efeitos que ela causa.
Receptores canabinóides
A atividade dessas substâncias se deve à sua interação com receptores ligados à proteína G, chamadas receptoras canabinóides.
Até à data, foram identificados dois tipos de receptores por clonagem molecular em ratos. Os receptores CB1 são os mais abundantes entre os receptores acoplados à proteína G no sistema nervoso central (SNC) de mamíferos. Eles estão presentes em níveis particularmente altos no cerebelo, hipocampo e gânglios da base, onde mediam a inibição da liberação de vários neurotransmissores excitatórios e inibitórios. Também estão presentes em menor quantidade no sistema nervoso periférico, bem como nas células somáticas da maioria dos tecidos.
Foi confirmado que o receptor CB2 tem uma ação diferente no organismo do que o CB1. Eles são efeitos neuroprotetores em doenças neurodegenerativas predominantemente, embora não exclusivamente, em células imunes e hematopoiéticas O tecido hematopoiético (do grego hematos, sangue, formação, origem) é um tipo de tecido conjuntivo responsável pela produção de células sanguíneas…). Mais recentemente, os receptores CB2 funcionais foram identificados tanto em neurônios quanto em células gliais do SNC3.
Ambos os receptores CB1 e CB2, por meio de proteínas G, inibem a adenil ciclase e regulam os canais iônicos, incluindo canais de potássio acoplados à proteína G ou canais de cálcio dependentes de voltagem do tipo N. independente das proteínas G, a atividade de uma variedade de quinases intracelulares. Também afetam a ação de vários neurotransmissores como acetilcolina, dopamina, GABA, glutamato, serotonina, norepinefrina e opióides endógenos4.
Classificação das substâncias canabinóides
De acordo com a sua origem, são reconhecidos três tipos gerais de canabinóides: fitocanabinóides sintetizados naturalmente pela planta de cannabis; canabinóides endógenos ou endocanabinóides, produzidos naturalmente por animais e humanos; e canabinóides sintéticos, compostos semelhantes gerados em laboratório5. O esqueleto fitocanabinóide foi identificado como um anel tricíclico composto por um anel fenol, um anel pirano central e um anel monoinsaturado de ciclohexil. É composto por 21 carbonos totalizando6
O canabidiol (CBD) é um composto bicíclico, pois o anel tetrahidropirano é clivado, ficando praticamente desprovido de propriedades psicoativas7.
A substância com maior potência em atividade é o delta-9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC), sendo o canabinol (CBN) um derivado do Δ9-THC, produto de sua degradação e 10 vezes menos potente5. Embora o CBD não seja uma substância com propriedades psicoativas, estudos recentes sugerem uma ampla gama de possíveis efeitos terapêuticos em inúmeras doenças8 além de ser capaz de antagonizar o efeito do Δ9-THC9.
O segundo grupo são os canabinóides endógenos ou endocanabinóides. A primeira identificada foi uma amida lipídica isolada de cérebro suíno, N-araquidonoil etanolamida (anandamida ou AEA). Estudos subsequentes revelaram que o AEA é gerado in vivo a partir de precursores de fosfolipídios de membrana. Um segundo endocanabinóide, isolado 3 anos depois do intestino e do cérebro, foi um éster de glicerol, 2-araquidonoilglicerol (2-AG), que é metabolizado preferencialmente pela monoacilglicerol lipase, com a participação adicional da AB-hidrolase. Outros ligantes canabinóides endógenos identificados incluem amidas (N-araquidonoil dopamina), ésteres (virodamina e N-dihom).
O tecido hematopoiético (do grego hematos, sangue, e poese, formação, origem) é um tipo de tecido conjuntivo responsável pela produção de células sanguíneas …
Os efeitos das substâncias canabinóides no organismo
Δ9-THC e seus derivados sintéticos alteram o equilíbrio natural dos endocanabinóides, dando origem a uma série de respostas no organismo.
A nível cognitivo, demonstrou causar uma diminuição na coordenação motora, no processamento de operações temporais e na aprendizagem associativa. Também causa alterações na percepção cognitiva e auditiva. Isso se deve à presença de receptores no cerebelo e consequente alteração de suas funções7.
No nível psicológico, existem inúmeros estudos contraditórios, pois alguns afirmam que o consumo crônico pode aumentar o risco e diminuir a idade de sofrer um surto psicótico e aumentar a ansiedade, enquanto outros negam4.
No nível imunológico, estudos recentes em ratos e camundongos afirmam que o Δ9-THC e o CBD têm efeito anticarcinogênico. O mecanismo de ação antitumoral é baseado na capacidade desses compostos de: (i) promover a morte apoptótica de células cancerosas, (ii) inibir a angiogênese tumoral e (iii) reduzir a migração de células cancerígenas. Tem sido proposto que a apoptose induzida é baseada no aumento da produção de espécies reativas de oxigênio, um mecanismo que parece funcionar também em células de glioma10.
Também estão sendo realizados estudos sobre AIDS, nos quais há evidências de que o uso de substâncias canabinoides pode melhorar a capacidade do hospedeiro de controlar a carga viral e prolongar a sobrevida11.
Essas substâncias também causam efeitos cardiovasculares, como taquicardia, aumento da pressão arterial e, em doses mais elevadas, hipotensão, bradicardia e vasodilatação das artérias coronárias.
Por outro lado, os canabinóides inibem a função motora gástrica e fornecem proteção da mucosa. Da mesma forma, os agonistas canabinóides inibem o trânsito gastrointestinal12.
No nível endócrino, eles produzem uma diminuição da adrenalina e noradrenalina na medula adrenal que desaparece com a administração repetida de canabinóides. Os canabinóides alteram o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), bem como os hormônios responsáveis pelo sistema reprodutivo e pela maturação sexual.
No nível respiratório, um efeito broncodilatador foi descrito após o consumo agudo de cannabis. No consumo crônico pelo trato respiratório, observam-se alterações na função pulmonar, como aumento da prevalência de bronquite aguda e crônica, achados endoscópicos de lesão das vias aéreas (eritema, edema, aumento de secreções), crescimento irregular do epitélio associado à expressão alterada de proteínas envolvidas na patogênese do carcinoma brônquico, anormalidades ultraestruturais em macrófagos alveolares, etc.5.
Aplicações terapêuticas de canabinoides
As pesquisas realizadas nas últimas décadas e o maior conhecimento dos receptores e substâncias canabinóides permitiram o desenvolvimento de medicamentos com diferentes indicações dependendo se a interação com o receptor é antagônica ou agonística.
Conforme indicado acima, foram desenvolvidos fármacos do tipo antagonista ou inibitório, como o SR141716A ou rimonabant, que inibe o apetite, de modo que é indicado para pessoas com problemas de obesidade.
Em relação aos agonistas, o efeito mais conhecido e para o qual os derivados canabinóides têm sido comercializados em alguns países é o antiemético (inibidores de vômitos), como é o caso da nabilona.
O tratamento de náuseas e vômitos associados à quimioterapia foi um dos primeiros usos terapêuticos da cannabis e dos canabinoides a ser avaliado em pacientes resistentes a outras medicações como ondasetron (antagonista do 5-HT3) ou metoclopramida (antidopaminérgico D2)8.
Destaca-se o seu efeito analgésico, especificamente nas dores neuropáticas, para as quais o seu uso foi aprovado em vários países, utilizado em algumas doenças como a esclerose múltipla, uma vez que também reduz a espasticidade, melhor detalhada posteriormente.
Além disso, a presença de receptores CB1 e CB2 nas células imunes e evidências de que os canabinóides inibem a adenilato ciclase sugerem um papel na modulação do sistema imunológico. Além disso, a ativação de células imunes por uma série de estímulos inflamatórios modulados pela expressão de CB1 e CB2 nessas células é um fato que tem sido relacionado aos efeitos imunorreguladores dos canabinóides.
Os canabinóides foram investigados para suprimir a produção de uma variedade de citocinas pró-inflamatórias em culturas de células humanas e modelos animais, um efeito que se acredita ser mediado principalmente pelos receptores CB2. Além disso, através dos receptores CB2, os canabinóides podem inibir a produção do fator de necrose tumoral (TNF)-α e interleucinas pela micróglia e macrófagos. Por outro lado, os receptores CB2 também parecem desempenhar um papel importante na regulação da migração celular de neutrófilos, macrófagos, células NK (Natural Killers, importantes no combate à instalação de cãnceres) e células B. Tem sido sugerido que os canabinóides conseguem diminuir a produção e proliferação de IL-2. células e podem alterar o perfil de citocinas de forma dependente de CB2.
No entanto, os receptores CB1 também têm sido associados à regulação da neuroinflamação. A anandamida tem um papel fundamental na transmigração de leucócitos na esclerose múltipla.
Portanto, devido à grande variedade de ações neuroprotetoras, antineuroinflamatórias e antioxidantes, os canabinóides têm sido propostos como possíveis agentes terapêuticos para distúrbios neurodegenerativos que combinam respostas inflamatórias, como doença de Alzheimer (DA), esclerose múltipla (EM), esclerose lateral amiotrófica (ELA ), doença de Huntington (DH) e doença de Parkinson (DP), entre outras13.
Doenças neurodegenerativas
As aplicações terapêuticas mais importantes dos canabinóides nas principais doenças neurodegenerativas estão resumidas abaixo.
Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa crônica debilitante associada ao declínio cognitivo progressivo e perda neuronal profunda.
A ativação dos receptores CB1 protege os neurônios da citotoxicidade, além de inibir a liberação de glutamato, o que pode contribuir para a redução dessa citotoxicidade.
Os canabinóides podem reduzir o estresse oxidativo, neuro inflamação e apoptose causados pela Aβ, promovendo mecanismos intrínsecos de reparo cerebral. Alguns canabinóides, como o Δ9-THC, também podem aumentar a disponibilidade de ACh e reduzir a amiloidogênese, embora potenciais efeitos colaterais psicoativos possam prejudicar sua utilidade clínica15.
De especial interesse é o receptor CB2 para redução da neuroinflamação e estimulação da neurogênese, dado o risco reduzido de atividade psicotrópica e a estreita associação de receptores CB2 na placa senil, o que limita os efeitos da droga na região senil. de patologia e preservação a possibilidade de efeitos generalizados em processos neurofisiológicos normais14 (Figura 7).
Doença de Huntington
Doençadoença de(HD) é uma doença neurodegenerativa hereditária caracterizada por anormalidades motoras, disfunção cognitiva e sintomas psiquiátricos. A principal causa da doença é uma mutação no gene da huntingtina que consiste em uma expansão da repetição do tripleto CAG resultando em uma poliglutamina anormal na porção amino-terminal desta proteína que se torna tóxica. Os primeiros sintomas da DH podem incluir movimentos descontrolados, falta de jeito e problemas de equilíbrio. Mais tarde, a doença de Huntington pode incapacitar a capacidade de andar, falar e engolir. Algumas pessoas param de reconhecer seus parentes.
Atualmente, não há farmacoterapia específica para aliviar os sintomas motores e cognitivos e/ou interromper/retardar a progressão da doença na HD.
Os canabinóides com perfil antioxidante, ou seja, Δ9-THC e CBD, protegem os neurônios estriatais contra a toxicidade causada pelo inibitório complexo mitocondrial II ácido 3-nitropropiônico (3NP) que produz dano oxidativo. Sintomas hipercinéticos aliviados, uma vez que seus efeitos inibitórios sobre o movimento e, em particular, estão sendo estudados como modificadores da doença devido às suas propriedades antiinflamatórias e neuroregenerativas, neuroprotetoras16.Especificamente, tendo em vista que os resultados com os receptores CB1 não são satisfatórios, agonistas e antagonistas específicos dos receptores CB2 estão sendo utilizados por apresentarem melhores resultados, embora ainda estejam em testes inconclusivos.
Por outro lado, a ativação de receptores canabinóides pode inibir a liberação de GABA, que está aumentada na maioria dos pacientes de Huntington5.
Doença de Parkinson
A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa progressiva. Os principais sintomas clínicos na DP são tremores, bradicinesia (morosidade de reações físicas e mentais), instabilidade postural e rigidez, sintomas que resultam da denervação dopaminérgica grave do corpo estriado causada pela morte progressiva de neurônios dopaminérgicos. Os principais sintomas da DP podem ser atenuados com terapia de reposição dopaminérgica.
No entanto, esse tratamento não funciona para todos os pacientes com DP e, quando usado por mais de 5 a 10 anos, causa um estado discinético irreversível. Portanto, a busca por novas terapias sintomáticas, bem como por tratamentos eficazes para retardar a progressão do dano nigroestriatal, ainda é o principal desafio na terapia da DP6.
Alguns compostos à base de canabinóides foram recentemente propostos como terapias promissoras na DP. O bloqueio dos receptores CB1, abundantes nas estruturas dos gânglios da base, pode ser eficaz na redução da inibição motora típica dos pacientes com DP9.No entanto, a eficácia do bloqueio do receptor CB1 foi restrita a circunstâncias específicas, que é o uso de baixas doses e danos muito extensos à substância negra.
canabinóides atuam como protetores dos neurônios
Tem sido demonstrado que alguns canabinóides atuam como protetores dos neurônios da substância negra contra a morte causada por diferentes estímulos citotóxicos em vários modelos experimentais de DP.
Estes incluem Δ9-THC e CBD, o agonista sintético do receptor CB1/CB2 CP55940 e o análogo de anandamida AM404. Esses compostos atuam através de mecanismos antioxidantes que parecem ser independentes dos receptores CB1 ou CB2. Também é digno de nota que camundongos deficientes no receptor CB1 apresentam maior vulnerabilidade à lesão de 6-hidroxidopamina.
Portanto, os dados acima fornecem boas evidências de que um canabinoide com propriedades antioxidantes e a capacidade de ativar os receptores CB2, mas bloqueando os receptores CB1, poderia servir para aliviar os sintomas parkinsonianos e parar/retardar a neurodegeneração no PE.
O fitocanabinóide Δ9-tetrahidrocanabivarina (Δ9-THCV) tem um perfil farmacológico que parece ser particularmente apropriado para a DP17.
Doença da Esclerose Múltipla
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica que acomete o SNC, com uma fase inflamatória e outra neurodegenerativa. Geralmente aparece em jovens e causa sérias deficiências físicas e mentais, bem como uma significativa deterioração da qualidade de vida. Morfologicamente, a EM é caracterizada por inflamação, desmielinização e dano axonal.
Os pacientes com EM apresentam uma grande variedade de sintomas: distúrbios de sensibilidade, paresia, tremor, diplopia, visão turva, distúrbios do esfíncter, fadiga, distúrbios da marcha, etc. A espasticidade é um dos sintomas mais frequentes e incapacitantes associados à SM18.
Embora a espasticidade seja potencialmente tratável, revisões sistemáticas mostram que a eficácia dos medicamentos indicados é limitada e proporcionam apenas um benefício clínico modesto, com alguns pacientes não respondendo ao tratamento. As opções para pacientes com espasticidade refratária ao tratamento são limitadas, caras e invasivas (por exemplo, baclofeno).
Graças à interação que as substâncias canabinóides têm com os receptores canabinóides e estes com os neurotransmissores, especialmente com o GABA, foi demonstrado que as associações de Δ9-THC e CBD reduzem os movimentos espásticos em pessoas com EM e até proporcionam efeitos analgésicos.
Estudos realizados com placebo afirmam que a administração de Δ9-THC e CBD juntos (porque melhoram a tolerância e a eficácia) melhoram a rigidez apenas 10 minutos após a administração intravenosa, e que mesmo altas doses têm a mesma eficácia de outras drogas como o baclofeno.
Comparada ao placebo, a associação Δ9-THC/CBD e Δ9-THC melhoram significativamente o espasmo muscular e a espasticidade, e até a espasticidade grave
Sativex® (Associação Δ9-THC/CBD) parece ser um avanço fundamental neste campo. Sua formulação para spray oral apresenta claras vantagens farmacocinéticas em relação ao consumo tradicional por inalação com uso de cannabis, pois a combinação 1:1 de Δdo consumo de cannabis9-THC e CBD parece reduzir drasticamente o risco de produzir os efeitos psicotrópicos característicos.18.
Por outro lado, há evidências de que o uso de substâncias canabinoides pode exercer um efeito neuroprotetor em pacientes com EM. No entanto, os estudos realizados não mostram uma resposta positiva a este respeito. No entanto, esse efeito ainda está sendo investigado, pois os resultados podem ter sido incorretos devido ao tempo e uso de outros medicamentos durante os estudos20.
Doença da esclerose lateral amiotrófica
A esclerose lateral amiotrófica é a manifestação mais comum de doença do neurônio motor em adultos. É uma doença neuromuscular rapidamente progressiva que destrói os neurônios motores superiores e inferiores, causando fraqueza, espasticidade e, finalmente, morte por insuficiência respiratória. A grande maioria dos casos de ELA é adquirida e ocorre esporadicamente.
Evidências emergentes sugerem que o aumento do estresse oxidativo, toxicidade de radicais livres e/ou atividade excessiva de glutamato é o que leva à morte celular de neurônios motores no cérebro e na medula espinhal6.
Foi estabelecido que a ELA também envolve outras células não neuronais, incluindo astroglia e microglia. Outros possíveis mecanismos implicados na degeneração do neurônio motor na ELA incluem disfunção mitocondrial, neuroinflamação, deficiência do fator de crescimento e excitotoxicidade do glutamato. Nesse sentido, o único tratamento aprovado pelo FDA é o Riluzol, apesar de sua eficácia terapêutica limitada.
Devido aos efeitos dos derivados canabinoides em moléculas pró-inflamatórias e excitotóxicas, numerosos estudos foram iniciados sobre o possível efeito neuroprotetor nesta doença, embora ainda não tenham dado resultados claros, demonstrou-se que alivia os sintomas, incluindo alívio da dor e espasmos musculares, melhora o apetite, diminui a depressão e ajuda a controlar a sialorreia (baba excessiva) ao secar a saliva na boca21.
Conclusões
Nos últimos anos, foi demonstrado o grande potencial das substâncias canabinóides em aplicações terapêuticas além do uso analgésico ou antiemético, ou seja, em doenças neurodegenerativas em que podem não apenas reduzir os sintomas, mas também retardar o processo da doença.
Além disso, a possível aplicação como substâncias anticancerígenas abre ainda mais portas para o seu uso, destacando-se a crescente atividade de pesquisa realizada nos últimos 15 anos.
Até agora, apesar de seus efeitos benéficos comprovados derivados do uso de canabinoides, vale destacar seus efeitos adversos e sua eficácia parcial em algumas doenças, colocando em controvérsia seu uso e autorização de medicamentos com esses ingredientes ativos. Pesquisas recentes afirmam que os efeitos colaterais causados por derivados canabinoides são produzidos pela interação destes com o receptor CB1, tendo quase nenhum efeito colateral a interação com CB2.
Além disso, os últimos estudos clínicos mostram que na maioria das doenças neurodegenerativas como Alzheimer, Parkinson e Huntington, a interação com o receptor CB2 exclusivamente é aquela que dá uma resposta positiva na neuroproteção.
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Traduzido por Cláudio Souza do original em Efecto neuroprotector de los cannabinoides en las enfermedades neurodegenerativas escrito por Carlos Suero-García, Lucia Martín-Banderas y Ma Ángeles Holgado em 2015
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